Primeira edição de 2020 no ar!

Tá vendo aquele edifício moço

Ajudei a levantar

Foi um tempo de aflição, era quatro condução

Duas pra ir, duas pra voltar

Hoje depois dele pronto

Olho pra cima e fico tonto

Mas me vem um cidadão

E me diz desconfiado

“Tu tá aí admirado ou tá querendo roubar”

Meu domingo tá perdido, vou pra casa entristecido

Dá vontade de beber

E pra aumentar meu tédio

Eu nem posso olhar pro prédio que eu ajudei a fazer […]

Trecho retirado da canção “Cidadão” de Zé Ramalho

“ […] Torpe é a cidade. Um desejo sombrio de estupro

Um desejo de destruir tudo num grito

Num grito não num gruto

E dar um beijo em cada mão de quem trabalha… […]”

Trecho retirado da obra “O carro da miséria” de Mario de Andrade.

É sempre depois do Carnaval que, de fato, as energias coletivas ganham ânimo para encarar as atividades do ano que se apresenta. É nesse espírito avivado pela celebração no espaço urbano que desejamos aos nossos leitores uma excelente experiência com as propostas trazidas à reflexão nesta edição. Nesse sentido, o dossiê deste primeiro número de 2020 traz como tema “Direito à cidade: tensões contemporâneas e horizontes utópicos”, impulsionado pela comemoração do jubileu da obra “Direito à Cidade”, que ocorreu em 2018, de Henri Lefebvre. Assim, a discussão que conta com contextos políticos e teóricos distintos evoca uma reflexão que reverbera para a atualidade para demonstrar que as lutas e os movimentos sociais encontram no direito a cidade não apenas um espaço, mas também um objeto de reivindicação, sobretudo para as classes minorizadas e marginalizadas.

Além do dossiê, nossa seção geral traz artigos que tratam de questões concernentes à teoria do direito crítica. Desse modo, há produções sobre os direitos das mulheres, dos povos tradicionais e indígenas, como também debates sobre a violência de gênero — temas fundamentais para se debater no momento presente. Ademais, a nova edição também contém um trabalho que se propõe a refletir sobre as audiências públicas nos tribunais superiores e sobre a precarização do trabalho. Por fim, não deixe de conferir as resenhas e traduções deste número!

Confira a nova edição na íntegra aqui.